JR: a estrutura esportiva de Garça para a competição

Em julho de 2011, em Presidente Prudente, Garça foi escolhida como sede dos Jogos Regionais, voltando a ter o direito de organizar a mais importante competição da 7ª região esportiva, a maior de todo o Estado de São Paulo, após 25 anos – a última vez foi em 1988. Porém, após o resultado da última eleição municipal, muito começou a ser falado sobre a possível desistência de Garça em receber os milhares de atletas de mais de 70 municípios.

Recentemente, numa publicação semanal, o novo secretário de Esportes do município, vereador licenciado Sebastião Toldato Galego, concedeu entrevista citando a falta de estrutura esportiva, a interdição do Platzeck e a falta de recursos financeiros, como principais motivos para que a Sentinela do Planalto não viesse a receber o evento oficial da Coordenadoria de Esportes do Estado de São Paulo.

Demonstrando grande desconhecimento sobre o assunto, tanto o entrevistado como o entrevistador, passaram uma ideia que não condiz com a realidade. Não foram citados os benefícios, somente as impossibilidades, além de omitidas informações importantes sobre os JR. Na verdade, a falta de domínio sobre o assunto ocasionou uma imagem `sombria´ sobre a capacidade de Garça em receber uma competição de grande magnitude.

Com a nossa vasta experiência na área, com 24 edições de JR, 10 de Jogos Abertos e 7 finais estaduais dos Jogos Abertos da Juventude, apresentamos um estudo sobre a viabilidade da competição. Nele vão constar locais de jogos, alojamentos e, principalmente, soluções para os problemas que foram citados. Lembrando que, com a mudança que a Coordenadoria de Esportes fez, extinguindo a categoria sub/21, um número menor de atletas estará presente. Naturalmente, acontecerá um total de jogos inferior aos últimos anos. Acompanhe os tópicos e tire as suas conclusões:

Frederico Platzeck –

Interditado desde 2011 pela Justiça, o local foi citado como o `centro das atenções´ dos Jogos Regionais. O logradouro esportivo inaugurado na década de 60 e que nos últimos 12 anos recebeu apenas como melhoria o muro construído à rua Mário Marangão, foi apontado como `essencial´ para a competição. Obviamente que a afirmação foi feita por quem desconhece o que é uma edição dos JR. O Platzeck nada mais, nada menos, seria apenas `mais um´ durante os Regionais. Sem a pista de atletismo na cidade, as provas poderiam ocorrer normalmente em Marília. Isso é absolutamente normal, tanto é que na última vez que Osvaldo Cruz foi sede (2009), o atletismo aconteceu em P. Prudente, que tem uma distância bem maior do que Garça-Marília. Os jogos de futebol aconteceriam nos demais campos municipais e nos estádios das `sub-sedes´, locais que destacaremos em outro tópico. Aliás, nenhuma `sub-sede´ foi citada. Será por quê?

Bocha/malha/tênis –

Quando da instalação da cancha de bocha no Platzeck, um grande equívoco foi verificado: as dimensões oficiais não adequadas. Por isso, quem instalou à época, agora não pode reclamar de alguma imperfeição no local. A cancha de malha não existe em Garça, mas poderia ser providenciada com facilidade, dependendo para isso, mais boa vontade do que investimento financeiro. O tênis tem no regulamento item que exige duas quadras próximas, com o mesmo piso, hoje também não existindo em Garça. Mas isso não pode ser resolvido? Caso alegue impossibilidade, o município também poderia realizar os confrontos na vizinha Marília. E mais uma quadra para o voleibol de areia seria necessária.

Piscina aquecida –

Com medidas oficiais, não existe em Garça. Mas o investimento para que tal conquista aconteça não é absurdo. Uma instalação simples, `a lenha´, resolveria o problema, com valor inferior a R$ 30 mil. O mais interessante é que em nenhum momento foi citado que a cidade-sede, via convênio técnico com o Estado, recebe valores para a organização dos JR. Por isso, foi contada apenas a parte da história em que era conveniente afirmar que dificuldades financeiras seriam empecilho. Aliás, o grupo político hoje na Prefeitura, salvo engano, é do mesmo partido do Governo do Estado. Isso não facilitaria ainda mais a realização dos Jogos?

Equipamentos –

Mesas de tênis de mesa, aparelhos de ginástica e atletismo, tatami (artes marciais), materiais para o bom andamento dos diversos torneios, entre outras necessidades. Procurou-se saber se há convênios para isso com o Governo do Estado? Lógico que não. É só procurar que vai se surpreender. Positivamente. Mas o principal de tudo isso é que o investimento a ser feito, ficaria na cidade. Seria o grande legado esportivo para Garça. O povo de nossa cidade seria o maior beneficiário.

Alojamentos –

Por ser uma competição estadual, os atletas que disputam os JR, ficam alojados em escolas estaduais, municipais, entidades e, se necessário, até em locais particulares. A Prefeitura teria que adaptar os locais, principalmente com instalação para chuveiros, que são de responsabilidade dos visitantes. Durante a competição, a manutenção é por conta dos visitantes, que se responsabilizam pela alimentação da delegação e demais gastos com gêneros alimentícios e produtos de limpeza. Muitos trazem funcionários e outros, pela comodidade, aproveitam o próprio pessoal que atua no local, não deixando de ser uma ´renda extra´ bem interessante. E por falar em `renda extra´, há um convênio específico para isso, bancado pelo Estado. No ano passado em Dracena, mais de 60 vagas de serviços antes e durante os jogos, foram abertas. Seria justo os garcenses perderem essa oportunidade?

Benefícios –

Imaginou cerca de sete mil atletas durante duas semanas, injetando valores diários na cidade? Além dos mais de 70 municípios, ainda há o corpo de arbitragem, cuja alimentação é adquirida toda na cidade-sede. E acrescente a isso mais de quatro centenas de árbitros, nas diversas modalidades, diariamente, sem contar o Comitê Dirigente. Mas o grande benefício é o legado das instalações que será deixado para o povo de Garça. O Estado banca quase tudo – arbitragem, premiação, funcionários técnicos -, mas conta com uma política esportiva no município. Pena que hoje isso não passe de utopia em Garça!

Será que nos próximos quatro anos a piscina do CES ganhará aquecimento?

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