sexta-feira, 21 de abril de 2017

Recordar é Viver: "O dia que ganhei da lenda Waldir Peres"








Por Wanderley `Tico´ Cassolla

No dia 14 de agosto de 1.975, o goleiro Waldir Peres começou a se consagrar como um dos melhores defensores de pênaltis. Na ocasião, o São Paulo ganhou da Portuguesa de Desportos, e se tornou campeão paulista. Waldir agarrou as cobranças de Dicá e Tatá, depois Wilsinho, nervoso, chutou para fora. No dia 05 de março de 1.978, foi a vez do Waldir Peres garantir o título de campeão Brasileiro do São Paulo, ao derrotar nos pênaltis, o Atlético Mineiro, em pleno “Mineirão”. Waldir Peres, catimbou bastante, deixando nervosos os jogadores Joãozinho Paulista, Toninho Cerezo e Márcio (foto), que chutaram suas cobranças para fora. 

Foi o primeiro título da história do tricolor do paulista. No dia 03 de maio de 1.981, outra façanha. Durante as finais do campeonato brasileiro, contra o Grêmio (RS), Waldir Peres protagonizou outro lance incrível. O centroavante Baltazar, o “artilheiro de Deus” correu para cobrar o pênalti no primeiro jogo, Waldir Perez partiu em sua direção, impedindo a cobrança. O atacante teve de repeti-la, mas um tanto quanto nervoso, chutou para fora.

No dia 19 de maio de 1.981, talvez o maior momento de Waldir Peres, como defensor de pênaltis. Desta vez no gol da Seleção Brasileira contra a seleção alemã, na cidade de Stuttgart. Faltavam dez minutos para o final do jogo, quando o árbitro inglês Clive White assinalou pênalti. O cobrador oficial: Paul Breitner, então considerado o melhor do mundo, e que nunca havia perdido uma penalidade em sua carreira. Breitner cobrou no canto esquerdo, Waldir Peres voou e defendeu. O árbitro anulou a defesa, alegando que o goleiro se adiantara. Breitner chutou novamente, desta vez no outro canto, e Waldir defendeu mais uma vez. O Neckarstadion ficou em silêncio.

No dia 11 de abril de 1.985, Waldir Peres era goleiro do Guarani (Campinas) no jogo contra o Flamengo, válido pelo Campeonato Brasileiro, em pleno Maracanã. Waldir Peres defendeu três pênaltis, cobrado por Bebeto e Marquinho (2 vezes, na primeira o árbitro mandou voltar). O Guarani venceu por 2 a 1 e garantiu vaga na fase seguinte.

No dia 11 de abril de 2.017, Waldir Peres x Tico Cassolla, frente a frente, no Garça Tênis Clube, nas cobranças de pênaltis em prol do goleiro Waltinho. Quando o Enéas Filho, organizador do evento, me falou, confesso que dei um “tremida”. Mas para ajudar o Waltinho, topei o desafio. Até mesmo um ‘palpitão” foi criado: deu Waldir Peres com 65% dos votos. O GTC lotado, até que o árbitro Moisés Rodrigues Santana, nos chamou para as cobranças. Ali você tem que bater e defender também. Ficou determinado que o Waldir cobraria primeiro. Fui bem. O Waldir chutou um pênalti para fora, o outro agarrei. Chegou minha vez. Um dos maiores defensores de pênalti da história do futebol brasileiro parado ali na minha frente. Ao apito, bati no canto, ele voou “que nem o gato” e segurou firme. 

Aplausos geral. Só tinha mais uma chance. Troquei de canto, chutei forte e rasteiro, sem chances, bola na rede. Não só ganhei, como recebi os cumprimentos dele. Poxa, ficamos super felizes, principalmente por participar do evento. Só que nossa intenção não foi a de ganhar ou perder, mas sim por uma causa nobre: colaborar com o Waltinho, um guerreiro acima de tudo.