sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Recordar é Viver: "A emoção de assistir ao GP Brasil de Fórmula 1"













Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Depois do futebol um dos esportes que mais me atrai é o da velocidade. Adoro assistir às corridas de carros e motos. Outrora até que era mais apaixonado, época que o Brasil tinha grandes pilotos, verdadeiros campeões na Fórmula 1. Nas décadas de 70 a 90 os pilotos brasileiros fizeram história, ficando entre os melhores do planeta. Quem não se lembra dos irmãos Wilson e Emerson Fitipaldi (para mim um dos mais completos), de José Carlos Pace, Nelson Piquet, a lenda Ayrton Senna, Rubinho Barichello e Felipe Massa. Dava gosto ver na televisão aos domingos de manhã uma corrida do campeonato. Primeiro nas vibrantes narrações do Luciano do Valle, ainda em preto e branco. Depois com Galvão Bueno, já em cores, levando mais emoções. Era certeza de vitória de
um piloto brasileiro ou um lugar de destaque no pódio. Convenhamos foi uma época de ouro do automobilismo brasileiro.  

O tempo passou e nossos pilotos não são mais os mesmos. Passaram a mero coadjuvantes, seja em termos de vitórias ou títulos. Sempre tive vontade de assistir ao vivo um GP, mas não dava certo, e ia protelando.

Até que este ano criei coragem e domingo passado fui ao Autódromo de Interlagos. Só que o “projeto F-1” começou bem antes, no mês de maio quando os ingressos começaram a ser vendidos. Que diga-se de passagem, a preços “salgados”. O ingresso mais barato foi vendido a R$ 500,00 e o mais caro, R$ 15.000,00. Aproveitando o benefício de “idoso”, adquirimos um ingresso pela metade do preço. Tudo depois de mandar uma vasta documentação comprobatória. Fomos pagando em suaves prestações e também ir fazendo um “caixa”, pois o mundo da F-1 não é barato. Não achamos nenhum outro “maluco” nesta aventura, então rumamos sozinhos para SP. Mas foram dois dias de fortes e inesquecíveis emoções. Estar ao vivo em Interlagos, assistir uma corrida válida pela temporada/17 foi pra lá de bom. De fato, lá dentro é um outro mundo, tudo muito bem organizado, um público de 141.218 nos três dias. Nunca vi tanta gente falando “enrolado’, e uma torcida empolgada do mundo inteiro. Destaque para os italianos, para mim os mais fanáticos e festeiros. No sábado à tarde aconteceu o treino oficial. Após o desfile de vários carrões vermelhos da “Ferrari”, para encher os olhos e dar água na boca. Lá encontrei o garcense Celso Luiz Ramos. Vi de perto os ídolos, Rubinho Barrichello, Emerson Fittipaldi e o tri-campeão Jackie Stewart, uma dos maiores pilotos da história da F-1.

Agora no domingo foi a vez de ouvir o “ronco” das supermáquinas. Lindo e impressionante, desde a volta de apresentação até a corrida pra valer. Um carro voando na sua frente a mais de 300 km/hora, com ultrapassagens espetaculares. Não tem pra ninguém! Como bem dizia o Paulo Henrique, um amigo da cidade de Uberaba/MG, que fiz lá: “O trem é bruto. Daqui a pouco levanta voo”. Ele foi meu guia, sabia tudo dos carros e pilotos. Um mineiro apaixonado e entendido na F-1. Foram quase duas horas de prova com adrenalina a mil. Há!!! Estava me esquecendo, o vencedor foi o alemão Sebastian Vettel (Ferrari), o britânico Lewis Hamilton (Mercedes) já era o campeão mundial. O nosso Felipe Massa (Williams) se despediu das pistas terminando na 7ª posição. E eu realizei um sonho de infância, que jamais será esquecido.

O AUTÓDROMO: O nome oficial é José Carlos Pace, porém, é mais conhecido como Autódromo de Interlagos. Foi inaugurado no dia 12 de maio de 1.940 e desde o ano de 1972 sedia o GP/Brasil de Fórmula 1.  Na primeira prova, que não contava pontos para o campeonato, correram quatro pilotos brasileiros e oito estrangeiros. O vencedor foi o argentino Carlos Reutemann, seguido do sueco Ronnie Peterson e do brasileiro Wilson Fittipaldi Jr. O circuito anti-horário de Interlagos mede 4.309 metros e conta com 15 curvas. No trecho final, os carros de Fórmula 1 atingem a maior velocidade da pista, superando os 330 km/hora. Nos 36 GPs de F-1 disputados no autódromo, o alemão Michael Schumacher destaca-se como o maior vencedor, com quatro vitórias. Os brasileiros que chegaram em primeiro: Emerson Fittipaldi (1973/74), José Carlos Pace (1975), Ayrton Senna (1991 e 1993) e Felipe Massa (2000 e 2008).